Pitaco - Denúncia




Aumento do ônibus acima da inflação é preparação de terreno para transporte público ser usado em ação eleitoral, diz lider o PT na CMSP, vereador José Américo.
Ao elevar de R$ 2,70 para R$ 3,00 a passagem de ônibus, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) coloca São Paulo no topo das cidades com transporte público mais caro do Brasil. O reajuste de 11,11% é praticamente o dobro da inflação acumulada (6,01% pelo IPC-Fipe) desde a última correção da tarifa, há exatamente um ano.
O aumento é emblemático da incapacidade desta gestão em melhorar o serviço. Além de nada ter feito para avançar na qualidade do transporte sobre rodas (não construiu nenhum corredor de ônibus novo, por exemplo), Kassab se limita a repassar para o bolso do paulistano o custo de um serviço que é majoritariamente mal avaliado pelos usuários. Os ônibus cada vez mais viajam lotados e circulam lentamente, misturados ao trânsito congestionado da cidade.
O mais grave é que, mesmo com o aumento de 11,11%, o prefeito vai gastar mais com o subsídio da tarifa neste ano. Em 2010 a Prefeitura de São Paulo desembolsou R$ 660 milhões com subsídio (verba usada para cobrir os gastos das empresas com a gratuidade do transporte para idosos etc). No orçamento municipal de 2011, os vereadores governistas autorizaram o Executivo a usar R$ 743 milhões para bancar as despesas com a rubrica “Compensações Tarifárias”.
Tudo leva a crer que “tarifaço” de Kassab, ao lado do aumento do subsídio, é uma tentativa de evitar novo aumento da passagem até o final do seu governo, repetindo a manobra eleitoreira de 2008, quando, na véspera do primeiro turno da eleição municipal, anunciou que a tarifa não sofreria reajuste no ano seguinte.
De acordo com a Associação Nacional de Transporte Público, a passagem em São Paulo poderia ser mais barata se a prefeitura investisse na ampliação do serviço, construindo corredores de ônibus necessários para melhorar a circulação. O fato é que transporte público não é prioridade para a coligação PSDB/DEM que, desde 2005, comanda a administração. Tanto o ex-prefeito José Serra quanto Kassab abandonaram os planos para o setor. No máximo concluíram projetos deixados pela gestão Marta Suplicy.
Até hoje Kassab não começou o corredor Celso Garcia-São Miguel, anunciado em 2007 e prometido na eleição de 2008. Pelo contrário, só mudou de promessa. Cobrado sobre a obra, passou a dizer que a ligação seria feita com monotrilho e, em seguida, mudou de novo e afirmou que o plano é fazer metrô no local. Nada saiu do papel até hoje.


Ver. José Américo Dias
Líder da Bancada do PT
Câmara Municipal de São Paulo