terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Os falsos parques de Kassab, até favela vira Parque

Do Estado de São Paulo
14 de fevereiro de 2011 | 0h 00
Rodrigo Burgarelli e Vitor Hugo Brandalise - O Estado de S.Paulo
Neste exato momento, traficantes estão morando em um parque municipal e uma favela inteira está sendo demolida em outro - que, oficialmente, foi inaugurado em 2009. Dois parques prontos há um ano ainda estão trancados com cadeado. Crianças jogam bola numa quadra velha e sem traves que, segundo a Prefeitura, é recém-inaugurada. E parques na periferia continuam sem água, luz e segurança meses depois de serem abertos.
Esse é o cenário que predomina na maioria dos parques inaugurados desde 2009, frutos da promessa de Gilberto Kassab (DEM) de deixar a cidade com 50 novos parques até 2012 - dessa forma, a capital passaria a ter 100. Para isso, a reportagem visitou os 13 que, segundo o relatório do Plano de Metas, já foram (ou deveriam ter sido) inaugurados. A constatação foi a de que apenas um foi entregue completo e em pleno funcionamento: o Parque Urbano Benemérito Brás, na Mooca. Todos os outros apresentam problemas, estão incompletos ou simplesmente estão longe de ser concluídos.
Um exemplo é o Linear Sapé, no Butantã. Ele deveria ir da Rodovia Raposo Tavares até a Avenida Escola Politécnica e foi entregue em junho de 2009. Entretanto, o local ainda é ocupado por uma favela de mais de seis quarteirões que só agora começou a ser demolida. Um funcionário da Prefeitura que estava no local confirmou que as obras fazem parte do futuro parque, ainda sem previsão de abertura.
Outro caso parecido é o do Linear Taboão, em Sapopemba. A área também era uma antiga favela que foi retirada para a construção do equipamento, inaugurado há um ano. Meses depois, porém, ex-moradores voltaram a construir barracos no mesmo lugar e o local voltou a ser uma favela, com carros estacionados em cima da grama recém-plantada e muito lixo, lama e entulho espalhados. O fotógrafo do Estado chegou até a ser ameaçado no local - segundo moradores, só é possível tirar foto ali com o aval dos traficantes.
Há também locais que mal parecem ter tido obras recentes. Esse é o caso do Linear Mongaguá, em Ermelino Matarazzo. O lugar é uma antiga praça que, segundo a Prefeitura, virou parque em dezembro. Mas poucas mudanças foram notadas pelos frequentadores - o mato está alto, os brinquedos infantis seguem quebrados, a quadra continua sem trave e a única construção nova, uma cabine da GCM, ainda está em obras. Em Capela do Socorro, na zona sul, o Parque Urbano Ganhembu também consta como inaugurado em dezembro, mas as obras continuam.
Trancados. Dois outros parques estão em melhores condições, mas ainda trancados : o Jardim Herculano, em M"Boi Mirim, e o Águas, no Itaim Paulista. Neste, crianças da região precisam pular as grades ou passar debaixo de um buraco que elas cavaram para poder utilizar as quadras de futebol.
Secretaria diz que lista será revista e meta, cumprida
Questionada, a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente afirmou que vai retificar a lista dos parques concluídos publicada no site da Agenda 2012. Segundo sua assessoria, dificuldades em licitações e desapropriações causaram "reprogramações" nos prazos. "O importante é que a meta dos cem parques até 2012 será cumprida", diz a nota. 



segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Kassab promete e não acaba com a falta de vagas em creches

SÃO 120 MIL CRIANÇAS SEM CRECHE OU PRÉ-ESCOLA. MAS KASSAB USA NÚMEROS PARA CRIAR UMA ILUSÃO. A DE QUE AMPLIOU VAGAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL. A VERDADE É BEM OUTRA.


Artigo reproduzido do Jornal Agora São Paulo

O jornal Agora desta quarta, 09 de fevereiro, conta mais uma história de abandono e descaso do Prefeito com as regiões mais carentes da cidade de São Paulo (leia aqui). Não nos surpreende. Kassab reduziu as despesas justamente nas regiões mais pobres. Como divulgou o Agora, os distritos da zona Sul Jardim Ângela, Capão Redondo, Grajaú e Campo Limpo aparecem com o maior déficit de vagas na cidade. Todas tem lista de espera de creche com mais 4 mil crianças em cada região, sem atendimento. Veja a lista do Agora ao final.  São mais de 120.000 crianças na espera de vagas na educação infantil. 100 mil em idade de creche. O jornal denuncia ainda que a prefeitura reduziu o número de novas matrículas durante o ano comparando 2009 (13.438) e 2010 (7.257) - um decréscimo de 46%.
Números mágicos
A Secretaria Municipal de Educação afirmou ao jornal Agora (leia aqui) que o ano começou com mais matrículas. Segundo SME, são 187 mil crianças matriculadas nas creches da cidade. Observem que a reportagem não explica se são creches da prefeitura ou não. Pelo que disse SME eram 130 mil vagas em 2010. Por essas contas, foram criadas então, 57 mil vagas em 2011. Só que em setembro, a prefeitura informava que eram 125 mil crianças na espera (leia aqui). Agora são 100 mil. Vejam que se mais 57 mil vagas surgissem, sobrariam “só” 68.000 crianças. Chamem o Mister “M”.
Essa mágica não se  explica, mas para aumentar o número de vagas sem construir creches ou contratar professores é fácil. Numa CEI, por exemplo, aumentou 25% o número das vagas em 2011, apenas deixando de atender crianças de 1 ano para atender crianças de 4 anos. Assim, um professor pode atender mais crianças, pois quanto mais velhas, mais superlotadas são as salas. Outro truque é aumentar por decreto a superlotação das creches para crianças de 4 anos. Até 2010 as turmas de 4 anos tinham no mínimo 18. Em 2011 esse número subiu para 25 (38% a mais). Assim uma professora que atendia 7 crianças de um ano em 2010, em 2011 pode atender 25 com 4 anos. Um aumento de “produtividade” de 257% deve ser considerado um choque de gestão pelos conceitos da atual administração. Mas , a estratégia da superlotação criou a ociosidade. Foram mais de mil professoras de creche excedentes nas unidades. Como há um limite físico da sala, onde duas professoras atendiam 14 crianças, uma atende 25. O milagre da multiplicação, sem precisar construir uma creche. Sem precisar contratar um professor. Pelo contrário, tirando-as de suas funções.
Mais mistérios
Outro número informado à reportagem que não bate é o de ampliação de vagas entre 2005 e 2010. Kassab, pela sua Secretaria de Educação, afirma que as vagas foram ampliadas no período de 59 para 130 mil. Ou seja, 71.000 novas vagas. Não é o que diz o Censo Escolar divulgado no site do INEP nos anos de 2005 e 2010 (clique no ano para conferir). Conforme o Censo Escolar, entre 2005 e 2010 as matrículas em creches na cidade de São Paulo cresceram menos de 27 mil vagas, contando, além das mantidas pela prefeitura, com aquelas de dependência estadual e federal, e, pasmem, das particulares (que devem incluir os convênios com a PMSP, supõe-se). Em creches municipais foram criadas pouco mais de 6.800 vagas, em cinco anos, incluindo as 3145 vagas estaduais que foram municipalizadas. Mas não só esses dados impressionam. As vagas em pré-escola foram reduzidas em mais de 40 mil. Isso significa que as vagas deixadas nas escolas infantis por crianças de 6 anos que foram para o ensino fundamental não foram convertidas em vagas para a educação infantil que nas pré-escolas permanece com uma lista de 20 mil na espera.
Há um desmonte contínuo e silencioso na educação, escondido sob um manto de números fictícios, não fiscalizados pelas instituições que deveriam garantir o direito à educação, e não denunciados por uma mídia omissa e partidária. Nessa cartola esconde-se ainda, um processo de privatização pelo caminho do conveniamento de creches. Como demonstram os números oficiais, há crianças e jovens deixando de estudar em São Paulo. Onde Kassab os esconde? Como tem feito esse truque por tanto tempo?


Enviado por Suzana Mesquita


terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Imprensa Comunitária: A solução para um jornalismo de inclusão social



Artigo reproduzido do Sitio do Diretório Estadual * PT-SP

As ferramentas estão ao alcance de nossas mãos e precisamos ter a vontade política de colocá-la em prática.
Por Roberto Casseb 
Terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
A forma como a grande imprensa tratou o Governo Lula com notícias mentirosas e ataques sistemáticos comprovaram mais uma vez que esses veículos são reacionários e preconceituosos, mas que ainda dominam a informação no país.

O Partido dos Trabalhadores também é o alvo preferencial dos ataques dessa mídia conservadora. Precisamos dialogar com as pessoas e nos inserir no seu cotidiano. Precisamos criar formas de comunicação que se torne necessária na vida do cidadão e mude essa correlação de forças.
 

Já é hora de aprimorarmos nossa política de comunicação para enfrentarmos de igual para igual a “Grande Imprensa” e mudarmos esse paradigma de que a esquerda não sabe se comunicar. As ferramentas estão ao alcance de nossas mãos e precisamos ter a vontade política de colocá-la em prática.

Novas formas que são velhas de se comunicar: Os jornais regionais

Com o desenvolvimento tecnológico dos meios de comunicação, principalmente a internet, acontece em todo o mundo uma tendência de se regionalizar a informação.

Hoje uma notícia mais geral é acessada em tempo real. O 11 de setembro foi mostrado para o mundo inteiro pela TV no instante do acontecimento. Minutos depois dezenas de novas informações e matérias já estavam na internet. Os jornais diários só puderam falar do assunto no dia 12 pela manhã. Já era uma notícia fria. Este é o principal motivo da crise mundial que afeta diretamente os jornais conhecidos da “Grande Imprensa”. O número de leitores para esses veículos diminui ano a ano.

Na Espanha os jornais tradicionais diários e vendidos em bancas estão cada vez mais fracos. Lá os jornais regionais distribuídos gratuitamente e que sobrevivem comercialmente com a venda de publicidade dominam boa parcela de leitores.

Essa transição de mudança de hábito de leitura nos formadores de opinião que utilizam os meios tecnológicos para manterem-se informados, completando seu conhecimento com notícias regionais que tem a ver com seu dia a dia, também já acontece em outros países da Europa e Estados Unidos. É a forma moderna do cidadão ficar conectado com o mundo e com o pedaço que vive.

Percebemos isso no Estado de São Paulo, onde jornais comunitários circulam em vários bairros da capital e em centenas de cidades do interior.
São veículos que construíram um trabalho de proximidade com o leitor e alguns circulam há meio século.

As rádios comunitárias também agregam força a esse novo momento de se comunicar com mias proximidade das pessoas.

Lutar para valorizar a Comunicação Comunitária

Os grandes anunciantes, ai se incluem as Estatais e o próprio Governo Federal, não programam em seu plano de mídia, verbas publicitárias para a Comunicação Comunitária. Existe um preconceito e até uma falta de conhecimento sobre a importância social desse trabalho por parte das grandes agências de publicidade.

Essa falta de apoio resulta em uma imprensa alternativa enfraquecida e limitada em suas ações profissionais. Os próprios partidos políticos no campo das forças progressistas não percebem que eles mesmos contribuem para não mudar o “Status Quo” da informação no Brasil.
Já é hora do PT fazer esse debate de forma organizada criando em São Paulo um Setorial de Comunicação Comunitária que se torne um Fórum de discussão permanente sobre as alternativas de mídia para as comunidades.

É nosso papel histórico mudar esse paradigma da dominação da “Grande Imprensa”. De forma planejada e organizada podemos influir nesse processo.

Toda força aos veículos alternativos de comunicação.


Enviado por Adolfo Fernandez

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

PT aciona MP contra Kassab por causa de enchentes e mortes


A Bancada de Vereadores do PT ingressou hoje com representação, na Promotoria da Cidadania do Ministério Público de São Paulo, para que seja apurada a responsabilidade civil e criminal do prefeito Gilberto Kassab pelo atraso na execução de obras de combate às enchentes e pelas mortes ocorridas até o momento em conseqüência das chuvas.
O vereador José Américo Dias, que assina a representação na condição de líder da Bancada do PT (cargo que ocupou até dia 8 de fevereiro de 2011), observa que de dezembro de 2010 até o momento (ou seja, passada metade da temporada de chuvas) nove pessoas perderam a vida pelo efeito das chuvas torrenciais, que causaram enchentes em diversas regiões da cidade (inclusive na área central) e desmoronamento de imóveis. Na temporada 2009/2010, a Defesa Civil registrou 18 mortes na capital paulista.
José Américo lembra que a CPI das Enchentes da Câmara Municipal de São Paulo, da qual foi integrante, apurou que nos últimos três anos gestão Kassab reduziu significativamente os recursos do orçamento da cidade para execução de obras essenciais contra enchentes, deixando de gastar no período R$ 440 milhões previstos para construção de piscinões, canalização de córregos e ampliação de galerias, dentre outras obras de combate às inundações.
Muitos danos causados pelas chuvas poderiam ser evitados se o prefeito tivesse executado as obras necessárias e prometidas pela atual administração municipal.
“No que tange às nove mortes ocorridas na capital desde o início do verão, causadas incontestavelmente pelas enchentes, há que se considerar que a omissão do prefeito em relação à zeladoria da cidade, a inexecução de obras previstas no orçamento municipal, bem como sua inércia na adoção das medidas preventivas na cidade, somados a falta de investimento e planejamento, são suficientes para caracterizar a responsabilidade criminal do prefeito em relação às vítimas de sua ineficiência, que tiveram suas vidas abruptamente interrompidas num cenário desastroso, que poderia ser evitado”, salienta o vereador José Américo.
Liderança do PT
Câmara Municipal de São Paulo

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Em defesa dos trabalhadores da TV Cultura



Reproduzo carta divulgada pelo Sindicato dos Jornalistas de São Paulo "em defesa dos trabalhadores e contra o desmonte da TV pública":

A proposta da atual gestão da Fundação Padre Anchieta, presidida pelo economista João Sayad, é reduzir o quadro de funcionários e cortar parte das produções próprias reduzindo ao máximo o custo de manutenção da emissora. Estas informações são de conhecimento público e, no momento, os trabalhadores estão intimidados e vivem um verdadeiro clima de terror e insegurança. 

Mas é sonegado ao cidadão quais os verdadeiros interesses que levam ao sucateamento do patrimônio público e o fato de que alguns dos cortes não tiveram o objetivo de aliviar os cofres da Fundação Padre Anchieta. Na verdade, o desmonte da TV Cultura não é feito apenas para alterar a grade da programação, o que é grave pois ameaça a função pública, educativa e cultural da emissora, mas tem também o objetivo político de eliminar as representações diretas dos trabalhadores nas instâncias internas da Fundação Padre Anchieta. A proposta é acabar com qualquer possibilidade de reação ou de organização interna que possa questionar a proposta de sucateamento da emissora.

Em fevereiro não foi renovado o contrato com a TV Assembléia, o que representou a dispensa de 78 profissionais (absorvidos pela Fundação para o Desenvolvimento das Artes e da Comunicação - Fundac, contratada pela Assembléia Legislativa para manter a TV no ar), além da demissão de mais 150 funcionários da TV e Rádio Cultura.

Dentre os demitidos, além de profissionais com mais de vinte anos de casa, estão dois jornalistas (um da rádio e outro da TV) eleitos pelos colegas para representá-los na comissão interna criada pela própria presidência, exatamente para acompanhar todo o processo de reestruturação. Essa comissão foi resultado de reunião entre os Sindicatos dos Jornalistas, dos Radialistas e a diretoria da fundação no final de 2010 e implantada no que parecia um processo saudável de diálogo. Agora, com a confiança quebrada, a comissão desmontada sem qualquer possibilidade de negociação a situação fica mais dramática.

Também foi demitido o segundo candidato mais votado entre os funcionários para ocupar a vaga dos trabalhadores no Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta e que era abertamente defendido pelos colegas para se recandidatar na próxima eleição. Aliás, o representante anterior dos funcionários no Conselho Curador também foi demitido, restando apenas o atual que está gozando a estabilidade do mandato, pois, o estatuto da fundação obriga a TV Cultura a manter essa vaga.

Existe uma clara manobra para impedir que os trabalhadores da Fundação Padre Anchieta, profissionais dedicados a fazer da Rádio e TV Cultura emissoras diferenciadas, possam questionar as decisões imperiais impostas pela atual direção. 

A Rádio e TV Cultura é uma alternativa à mediocridade da programação que domina as TVs comerciais, tem a missão de divulgar cultura, informação e lazer de qualidade e é um patrimônio da população. Não podemos permitir que a administração estadual destrua aquela que já foi a melhor TV pública do Brasil e modelo para as emissoras culturais e educativas de todos os estados do País. A população vai reagir a esse descalabro!

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Vídeo histórico com vexame de FHC levando sermão de Bill Clinton

Vídeo Histórico com vexame Internacional de FHC levando sermão de Bill Clinton

Artigo reproduzido do Blog Os Amigos do Presidente Lula.

Ao final do texto assista o vídeo humilhante do então Presidente Fernando Henrique Cardoso.

Com exclusividade, nosso blog (Blog Os Amigos do Presidente Lula) resgatou de arquivos internacionais, um vídeo de 1999, com o então presidente Fernando Henrique Cardoso em Florença (Itália) no encontro de governantes dos países ricos da chamada terceira via.

Nossa edição tem um compacto com os "melhores momentos", ou seja, os mais relevantes.

O vídeo reabilita a memória de como o governo FHC era submisso, incompetente, não tinha respeito internacional, e o plano real, em 1999, já tinha acabado e colecionava mais fracassos e instabilidade do que sucessos, quando visto longe dos olhos da imprensa demo-tucana nacional.

O Brasil estava quebrado, pendurado no FMI, e sua economia não inspirava confiança, nem era vista como tão estável, nem em 1995 (crise mexicana), nem em 1997 (crise asiática) e nem em 1998 (crise russa), exigindo overdose de juros para controlar a inflação.

FHC fez o discurso da choradeira dos quebrados, pedindo aos líderes dos EUA e Europa, que criassem uma espécie de CPMF mundial para salvar o Brasil da fuga de capitais especulativos.

Bill Clinton (então presidente dos EUA), Tony Blair (Inglaterra) e Gerhard Schroeder (Alemanha) receberam mal a proposta.

Clinton passou um verdadeiro sermão em FHC, sugerindo que faltava CONFIANÇA, HONESTIDADE, eficiência e boa governança sob FHC. Enquanto isso, outros países resolveram estes problemas frente as crises, citando Chile e Uganda, como exemplos para FHC seguir.

Clinton e os demais líderes agiram na defesa dos interesses de seus países, que eram os vencedores naquela ordem mundial.

FHC agiu pessimamente, com incompetência política, ao não articular previamente ao encontro, para não passar esse vexame, e também por não tentar conquistar resultados de fato.

E agiu pior, de forma humilhante e envergonhando o Brasil, ao não defender o país, ficando calado após o sermão de Clinton (se é que tinha jeito de defender, naquele governo submisso e dependente, sob intervenção do FMI).

Apesar de tratar-se da gravação de evento público e oficial no exercício da presidência, televisionado na época (pela Globonews, se não me engano), foi necessário recorrer a arquivos internacionais para resgatar o vídeo, uma vez o que o acervo do iFHC parece preferir apagá-lo da história, e que o PIG (Partido da Imprensa Golpista) também esconde a sete chaves para não constranger seu amigo e correligionário FHC, com a divulgação.



Enviado por Adolfo Fernandez

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

PT pode unir redes sociais e movimentos populares

PT pode unir redes sociais e movimentos populares





Renato Simões, secretário de Movimentos Populares e Políticas Setoriais do PT, não acredita mais em militância política que não lance mão dos novos instrumentos de comunicação
Por Julita Kissa, Portal do PT
Quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Nas últimas eleições, as redes sociais e a participação da militância petista foi decisiva para afirmar apoio e enfrentar aos ataques à candidatura de Dilma Rousseff. É o que afirma Renato Simões, secretário de Movimentos Populares e Políticas Setoriais do PT, ao programa TVPT Entrevista.
“Não acredito mais em militância política que não lance mão desses instrumentos de comunicação e que isso, seja um avanço importante para a democratização dos meios de comunicação de massa do Brasil”.
Na avaliação do secretário, o Partido dos Trabalhadores pode ser protagonista junto com a militância virtual na integração entre internet e política. “É um momento oportuno pra nós discutirmos de que forma o PT abre e dá sustentação a um espaço de participação dessa militância virtual”.

Renato Simões diz que é necessário capacitar os petistas para usar a internet como meio de interação e debate. “Não só disponibilizar a tecnologia através de politicas públicas avançadas como vem sendo discutido nessa etapa do governo Dilma, mas também para a qualificação das pessoas que estejam, portanto aptas a utilizar dessas tecnologias e de criar em cima dela novas formas de comunicação”.

TVPT – Assista a entrevista completa com Renato Simões sobre internet e movimentos populares


terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A Revolução dos Jasmins contra as autocracias


A Revolução dos Jasmins contra as autocracias



Entrevista com Sami Naïr
Por Agência Carta Maior
Terça-feira, 1 de fevereiro de 2011


Por Eduardo Febbro, do Página/12, via Agência Carta Maior

A chamada Revolução dos Jasmins que iniciou na Tunísia há algumas semanas se estendeu como um rastilho de pólvora para vários países árabes, e não os menores. O Iêmen e, sobretudo, o Egito, vivem hoje revoltas que têm características revolucionárias. Trata-se de um fenômeno tanto mais único na medida em que o discurso ocidental sempre tratou os países árabes como incapazes de assumir coletivamente um destino democrático. Tunísia, Argélia, Mauritânia, Iêmen e Egito não só desmentem esses argumentos como também abalam desde a raiz as ditaduras que governam esses países há décadas com mão de ferro e privilégios exorbitantes.

Alguns analistas asseguram hoje que já não se trata de saber que regime cairá primeiro, mas sim qual se salvará dessa onda de aspirações democráticas cujos protagonistas são as classes médias, os setores menos favorecidos e os jovens, que se organizam por meio da internet e das redes sociais. O mais moderno do mundo irrompe como instrumento de comunicação e protesto contra poderes dinossáuricos. Os protestos revelam também a ruptura sem remédio entre autocracias longevas, respaldadas historicamente pelo Ocidente, e a legitimidade popular.

O sociólogo e filósofo Sami Naïr, professor de Ciências Políticas na Universidade Paris VIII, presidente do Instituto Magreb-Europa da mesma Universidade, analisa em entrevista ao jornal Página/12 a originalidade e as causas desta revolução árabe. Autor de ensaios e análises sobre política internacional, Naïr aponta como primeiro fator alimentador da revolta o fato central de que o medo mudou de campo. É o poder que enfrenta agora um povo que perdeu o medo.

A entrevista

A Revolução dos Jasmins se iniciou na Tunísia com a imolação de um jovem e logo se alastrou para outros países. Agora, a revolta chega ao Egito e ao Iêmen. Você dizia em uma análise que, assim como ocorreu primeiro na América Latina e depois nos países do leste europeu, certa parte do mundo árabe está despertando para a história.

Sempre pensei que, ao menos no século XX, o laboratório dos povos foi a América Latina. A Revolução Russa não pode ser entendida sem a Revolução Mexicana. Os latino-americanos inventaram todas as formas de luta possíveis e imagináveis. Na América Latina, se experimentaram as guerrilhas, as lutas políticas, os despotismos, as ditaduras. A partir dos anos 80 e 90, as ditaduras caíram em quase todos os países da América Latina. Esse movimento contra as ditaduras se desenvolveu em outros lugares do mundo, por exemplo, nos países do leste europeu a partir da queda do Muro de Berlim. Agora, esse movimento de fundo que iniciou na América Latina está atingindo todos os países da orla árabe do Mediterrâneo e mesmo além, na península arábica, como está acontecendo no Iêmen.

O problema reside em que, contrariamente ao que ocorreu na América Latina, o movimento que eclodiu nestes países árabes não tem direção, nem organização, nem programa. É um movimento totalmente espontâneo com duas características fundamentais: em primeiro lugar, trata-se de um movimento que destrói definitivamente a ideia de que estas sociedades estão condenadas a viver com o perigo extremista e fundamentalista, por um lado, e, por outro, com a ditadura, que seria uma suposta garantia necessária contra esse perigo fundamentalista. Agora está se demonstrando que o problema é muito mais complexo e que estes países não querem experimentar nem o islamismo nem o fundamentalista, mas sim que, basicamente, desejam a democracia.

O segundo elemento importante, e que pode lembrar o que ocorreu na América Latina, reside no fato de que há uma aliança circunstancial entre as camadas mais pobres e humildes, sem verdadeira inserção social, e as camadas médias empobrecidas nestes últimos anos. Na última década, todos esses países padeceram de um empobrecimento muito importante das classes médias e agora há uma fusão entre esses setores e a base popular, as classes pobres totalmente excluídas do processo de integração dentro da sociedade.

Se essas revoltas forem até o fim nestas autocracias árabes estaríamos vivendo uma autêntica revolução mundial, um giro decisivo na história de nossa concepção dos sistemas políticos mundiais. Sempre se acreditou que os países árabes eram incapazes de assumir uma forma de democracia popular e participativa.

Isso corresponde a um discurso muito depreciativo construído pelos países ocidentais, pelo capitalismo internacional cuja sede é a Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico (OCDE), Estados Unidos e União Europeia. Esses atores querem que haja estabilidade nos países árabes e para isso necessitam de regimes fortes e ditatoriais, porque o que importa a eles são duas coisas: em primeiro lugar que essa gente não emigre e, em segundo, que as fontes de recursos petrolíferos sejam garantidas. Por isso desenvolveram esse discurso em total sintonia com os ditadores que sempre repetiram: “nossos povos carecem de maturidade política e cultural e, por conseguinte, não podem ter acesso à democracia”.

Sabemos que tudo isso é falso, que as aspirações democráticas são muito fortes nesta região do mundo. Creio que o que está acontecendo agora demonstra isso de maneira muito clara. Cada situação é específica. Não se pode misturar o que ocorreu na Tunísia, um país que tem uma tradição laica e elites ilustradas muito fortes, com camadas sociais muito coesas, com a situação do Iêmen, onde impera um sistema tribal baseado na dominação despótica de um clã. A única coisa similar é o grau de dominação e a forma de controle, apoiada na polícia e no exército.

A explosão social no Egito tem matizes inéditos. No Egito o exército desempenha um papel central, onde o presidente, Hosni Mubarak, pertence a ele e onde quem está chamado a substituí-lo, seu filho Gamal Mubarak, é um liberal que não é bem visto pelas forças armadas.

O caso egípcio é muito particular, em primeiro lugar porque o país é um velho Estado de direito. Provavelmente seja o Estado de direito mais antigo do mundo. O Estado de direito moderno foi constituído por Mohamed Ali entre o final do século XVIII e início do XIX, ou seja, antes que nós na Europa soubéssemos o que era isso. Mas esse Estado foi destroçado pelos ingleses no século XIX. Em todo o caso, o filho de Mubarak, Gamal, não representa a democracia. Gamal Mubarak é o elemento chave da nomenclatura que domina o país em sua vertente mais liberal. A questão do liberalismo não pode ser concebida unicamente como liberalismo econômico, salvo se se trata de comparar o Egito com a China. Na China temos um despotismo político neocomunista e um liberalismo selvagem que encarna na verdade a dominação de uma elite burocrática. No Egito, é diferente. É impossível que se possa organizar um sistema liberal sem democratização da sociedade. É indispensável evitar que o Egito se transforme em uma república hereditária onde o pai ditador nomeia seu filho como futuro ditador liberal. As pessoas estão buscando outra coisa.

Querem a democratização da sociedade para que a sociedade civil possa escolher por meio de um debate democrático transparente. O filho de Mubarak é como seu pai. As pessoas não o querem porque já tem o exemplo da Síria, onde o filho substituiu o pai e terminou instaurando um sistema mais ou menos liberal, mas com a mesma ditadura.

Você assinala que o que começou a ocorrer na Tunísia e logo se espalhou para outros países é que o medo mudou de lado. O medo acabou.

Isso foi muito importante neste processo. Eu estava na Tunísia quando tudo isso começou e vi como o medo mudava de campo. A revolta tunisiana estourou na localidade de Sidi Bouzid, com a imolação do jovem Mohamed Bouazizi. A partir dali, tudo se transtornou. Até esse momento, o regime tunisiano estava baseado no temor. Mas a morte de Mohamed Bouazizi mudou essa situação, sobretudo pela atitude do então presidente Bem Alí, que foi visitar a família da vítima. As pessoas se deram conta que quem tinha medo era o poder. O mesmo está ocorrendo no Egito. O mais importante nestas revoltas é a vitória do imaginário que significa que transformaram a relação com o poder: agora são os ditadores que devem temer os povos. Isso não significa que amanhã vamos ter uma revolução em todas as partes. Não. O movimento pode avançar, pode recuar, não sabemos o que vai acontecer. Mas o que sabemos, e isso já foi percebido pela população, é que os poderes podem mudar quando os povos querem mudar suas condições de vida e ousam enfrentar o poder para escolher seu próprio destino.

Por isso penso que estamos diante de uma onda que terá desdobramentos. Estamos na mesma história que os povos da América Latina abriram nos anos 80. Logo se seguiram os povos do Leste europeu nos 90 e agora estamos vendo isso acontecer com estes povos árabes. Não podemos esconder que o que está ocorrendo é também uma consequência da globalização. A globalização é má socialmente, mas tem algo bom, que é a globalização dos valores democráticos nas sociedades civis.

Enviado por Adolfo Fernandez